“Quantas vezes me tenho perguntado como seria o olhar de Jesus? E depois de reflexionar duramente, eu busquei alguns personagens do Evangelho.
O olhar de Jesus para Maria de Madalena foi silencioso, e só o coração dela ouviu “Não voltes a pecar”.
O olhar dele a Zaqueu, o avarento que cobrava impostos, foi também uma doce canção que ele escutou na volata da sua alma: “Hoje a felicidade entrou na tua casa”.
À mulher surpreendida em equívoco e quase apedrejada defronte do templo em Jerusalém, na canícula da manhã de sol forte: “Ninguém te condenou, também eu não te condeno”.
O olhar de Jesus a Marta que se afadigava nas coisas materiais que ficam, e na doce Maria que o contemplava com sorriso de paixão e uma suave ternura do lírio do coração: “Marta, Marta, Maria escolheu a melhor parte“.
Como seria o olhar dele a Lázaro que arrancou da tumba, zombado, criticado, naquele sábado no templo? Lázaro modificou a estrutura da veste e olhando os fariseus hipócritas, ele traduziu o olhar de Jesus, dizendo-lhes: “Aquele que me arrancou do túmulo também vos pode levar à sepultura”.
O olhar de Jesus a Dimas, que a história chama o bom ladrão: “Eu te prometo, estarás comigo um dia depois que passarem todas as tormentas.
O olhar de Jesus para mim, para nós, está dizendo baixinho: “Bom ânimo, eu vos amo desde ontem e vos amarei até o final dos tempos”.
Confiemos.”
Divaldo Franco